RELACIONAMENTO: Chegou ao fim?
Será que você ainda tem motivos pra insistir? Essa é uma pergunta que pode ser aplicada a vários campos da vida, seja em um trabalho que tem lhe consumido mais do que deveria, uma amizade que é de mão única, a faculdade que “escolheram” por você, ou tantas outras coisas que às vezes nos consomem por querer agradar os outros. Mas bem na verdade é que agora quero falar sobre namoros e casamentos falidos.
Não é de hoje que as relações amorosas têm se mostrado mais frágeis do que estávamos acostumados a ver antigamente, o modelo de casamento dos nossos avós, tornou-se raridade. Não irei entrar no mérito se era certo ou errado, acho que cada um deve decidir por si só a melhor forma de viver. Apenas estou constatando que atualmente o “casa e separa”, “dá um tempo e volta”, “joga uma sementinha ali e colhe acolá” tornou-se mais comum e natural do que nunca. Sendo assim, quero pensar com você: até quando vale a pena insistir?
Tenho trabalhado com vários casos em que essa dinâmica me faz refletir sobre: quando é a hora de desistir, quais são os reais motivos me mantém numa relação tóxica, ou por quais razões persisto no que me faz mal? É óbvio que cada qual terá suas explicações e “justificativas”, sonhos e crenças à explanar. Mas aí você deve estar pensando: “Grande porcaria, isso eu já sei de cor e salteado, conte-me uma novidade”. Ok Ok, concordo, isso pode parecer simples, mas muitas vezes o paciente não se dá conta que sua visão ou interpretação dos fatos pode estar comprometida por todo conjunto da obra, se for uma relação de longo período, mais complicado ainda.
O processo de separação pode ser extremamente desgastante e assustador, mas quando não tem saída e “a vaca foi pro brejo” a melhor decisão a ser tomada é encarar de frente essa situação, pois só assim você conseguirá se reestruturar de uma forma menos dolorosa.
Não apresse o “luto”, olhe para o fim da relação e reconheça toda dor que isso lhe causou, sinta o que precisa sentir, permita-se sofrer, chore, vale até se descabelar em algum momento, mas a primeira dica que vou lhe dar (se é que me permite) é: NÃO tente ANTECIPAR seu processo de reestruturação. Muitas vezes vejo pacientes pulando de uma relação pra outra no intuito de minimizar o trauma. No entanto esse movimento também pode ser muito prejudicial no decorrer da sua vida, pois não teve seu devido tempo para avaliar erros, certezas, mudanças, padrões, valores e até mesmo restabelecer novos filtros que possam lhe preservar em futuras relações.
Isso não quer dizer que deva isolar-se do mundo, renunciar atividades sociais, fazer aquela ceroula velha junto das pantufas e moletom surrado seu uniforme titular da desolação OU o mais comum na atualidade, tornar o NETFLIX seu melhor amigo e com ele passar horaaaas improdutivas de autoflagelação. NAAADA DISSO, vamos em frente, talvez sair para encontrar pessoas queridas ainda não seja tão prazeroso, mas qualquer que seja o tempo em que você conseguir desligar do sofrimento já será válido. Pode ser que sua vontade de ficar no ambiente dure uma, duas, três horas e logo em seguida a dor volte a lhe consumir, mas vale pensar que essas duas ou três horinhas que você “conseguiu desligar” é um tempo que você “deixou de sofrer”. Assim, progressivamente, irá resgatando o entusiasmo nas atividades e consequentemente minimizando a vontade de anular-se da vida.
Pode ser que sinta saudades, tenha vontade de ligar e se fazer presente, mas vou lhe pedir uma coisa: PENSE MUUUITO bem antes de tomar qualquer atitude, pois pode ser um tiro de bazuca no próprio pé. É muito comum acontecer das pessoas entrarem numa de vitimização, ou tentativas de causar ciúmes com suas ações e postagens, sem contar as espiadinhas nas redes sociais do(a) ex pra investigar o que está fazendo da sua vida. Eu sei que muitas vezes esses movimentos parecem ser os mais triviais a serem feitos, mas é importante ressaltar que INEVITAVELMENTE o primeiro passo pra sair do sofrimento é começar a cuidar de VOCÊ, parece clichê, porém isso será impossível acontecer enquanto estiver se esforçando pra cuidar da vida do outro. Essa NÃO é a hora de gastar sua energia com lamentação, concentre-a toda na SOLUÇÃO.
Bueno Jr.
Deixe um comentário